O pessoal adora um bom drama. Muita choradeira, muita auto-comiseração, muitas noites de insónia, muito "ai que eu estou a sofrer", muita chamada de atenção, enfim, muito drama. Se não fazes dramas, não és levado a sério. Se dormes bem todas as noites, és um alienado, um insensível, alguém que não quer saber de nada. E o pessoal gosta é de partilhar dores, desgostos, dúvidas, o pessoal gosta de achar que pode salvar alguém e que alguém o vai salvar no meio de tanta choradeira. Se não tens um drama para partilhar não fazes parte do clã, não entendes a dor dos outros, não sabes o que é isso. És um está-se bem, e os está-se bem estão sempre bem, não passa daquilo, não têm coisas sérias na vida, não sentem, não se chateiam.
E quando dizes que te recusas a fazer dramas, porque já não tens paciência para dramas, porque achas que a vida é muita curta e muita coisa acontece enquanto perdes tempo a consumir-te em dramas, acenam-te com a cabeça e dizem-te "sim, senhora", mas continuam a olhar-te como alguém que já não faz parte dos comuns mortais. Porque quem não chora, não grita, não cobra, é porque não sente, não faz parte do tal clã a ser salvo. Muitas vezes, falta perceber que não fazer drama não significa necessariamente não sentir com a mesma intensidade, pode significar apenas que se escolhe não ir por aí, pela chamada de atenção, pela entrega à auto-comiseração, pelo querer partilhar dores e entrar nesse jogo do "quem salva quem primeiro".
Há quem não esteja disposto a isso, há quem prefira ficar quieto no seu canto e saltar logo essa parte. Mas disso o pessoal não gosta, porque isso não emociona ninguém, não apela à sensibilidade, não dá luta. O pessoal gosta é de sangue, de discussão, de tristezas, do "ora queixas-te tu ora queixo-me eu", e depois carregar com os dramas uns dos outros e chorar todos juntos.
Se não te queixas, se não gritas, se não bates o pé, é porque não sentes. E se o pessoal acha que não sentes, nem questiona.
Se não te queixas, se não gritas, se não bates o pé, é porque não sentes. E se o pessoal acha que não sentes, nem questiona.
Bom post, adorei.
ResponderEliminar:))
EliminarDe onde é que conheces a minha sogra?
ResponderEliminarNão conheço e, pelos vistos, ainda bem:)
EliminarSó escreves isso pq és, seguramente, uma insensível sem problemas na vida...HEHEHEHE
ResponderEliminarÉ tão verdade. É assim uma espécie de "a galinha da vizinha é sp melhor que a minha" mas em versão "ainda assim, o meu problema é mais grave do q o teu".
E quem não participa na Terapia de grupo dos problemas...está out!
Está out e, supostamente, nada o afecta. Ou seja, está-se bem.
EliminarA vida é feita de dramas pah. É assim que aprendemos a crescer :P
ResponderEliminarÉ sim, mas isso não significa que queiramos que eles nos controlem a vida:)
EliminarÉ um bocado por aí. Ou então quando uma pessoa não faz drama e começam logo à procura do drama nas entrelinhas: "o que é que queres dizer com isso?" Haja paciência.
ResponderEliminarA mania da perseguição, sim.
Eliminarse isso fosse verdade...
ResponderEliminarmas quando é pró drama, prefiro as que o fazem em grande: com choradeira e bater o pé (proporcional à audiência presente)!
... falta-me tanta paciência para gente dramática, que nem te digo!
Acontece aos melhores.......porem-nos "fora de jogo"....e por vezes isso torna-se perigoso.
ResponderEliminarCuidado com as " facas à solta"....porque estas não perdoam.Anseiam pelo momento e pela oportunidade.
Supertramp
Hein?
EliminarOra nem mais!!!
ResponderEliminarEu gosto pouco de dramas. Nem gosto que façam nem gosto de fazer.
Omg, a minha timeline do facebook escarrapachada no teu post e a principal razão pela qual não posso com aquilo.. é só choramingar, e como não sou de fazer isso, não me consigo encaixar :/
ResponderEliminarSe há coisa que me chateia mesmo é a auto-comiseração; costumo dizer que não tenho vocação para a tristeza (e não tenho mesmo) o que não é igual a dizer que a minha vida é um mar de rosas, que não é; apenas não me rendo ao drama, antes procuro soluções.
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